quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pós exibição desta quinta



No carro:
- Não tinha a menor condição de passarmos Ocupar: resistir.
- Pois é, quando estávamos vendo Hiato, eu já tava pensando: "Não dá pra passar Ocupar: desistir"

Ato falho. Freud explica.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Sobre como a gente aprendeu a (se) ouvir e a contar com o imprevisível II


De minha parte – e os meus companheiros de Cinecoque estão aí pra dar opinião diversa – fazer cineclube em escola não é brincadeira. Ou não tem sido, pelo menos. Um ou mais imprevistos sempre dão as caras, antes ou durante as exibições, e a gente que se vire. E tem o próprio desafio da interação com os estudantes. Isso podia desencorajar, isso podia fazer parecer que estou reclamando, mas não é o caso. Acho que, aqui e ali, os imprevistos (sim!) podiam ter sido previstos, mas algo da ordem do que aconteceu na exibição de ontem provavelmente não.
Pela terceira semana consecutiva, ocupamos um horário vago na escola Monsenhor Leonardo Barreto. Na primeira delas, turma completa. Na segunda, o diretor da escola 'liberou' a turma pra escolher se comparecia ou não à exibição, mas tratou de convencer os alunos da importância de ficar. Ontem, o vice-diretor fez o mesmo, mas sem a parte do convencimento. Chegamos na escola e descobrimos que apenas três alunos – admiráveis alunos! - haviam permanecido. Com pesar, tivemos de decidir o que fazer: cancelar a exibição que havíamos preparado para a turma com a qual já vínhamos dialogando ou fazer uma curadoria instantânea e exibir especialmente para a oitava B, turma mais velha que havia restado no colégio àquela hora.
Creio que, na verdade, a turma decidiu por si e devemos agradecer à professora da Monsenhor, cujo nome não lembro agora, que teve a simples e brilhante ideia de perguntar: “vocês querem assistir a um filme?”. Nada melhor do que ouvir. Ela fez isso por iniciativa própria, enquanto ainda pensávamos, e a resposta enfática da turma não nos deixou escolha. Felizmente!
Os meninos da oitava B - de catorze, quinze e até dezoito anos – são ótimos! Na curadoria instantânea, elegemos filmes nossos: “A linha, a maré e a terra”, “Desclassificados” e “Zip”, como maneira de nos apresentarmos e apresentar as discussões que de alguma maneira formam as nossas bases. Falamos do Coque de novo, como disse Alana no bonito texto aí debaixo. Conversamos com eles, então, sobre as mudanças no espaço do Coque, sobre como eles sentiam que eram vistos pela classe média, sobre como era morar no Coque e a relação do bairro com a cidade etc. Eles interagiram o tempo todo, inclusive com palmas depois dos filmes, a ponto de um deles provocar: 'vamo, pergunte mais!'. Valeu muito a pena.
O imprevisível - ele de novo - nos proporcionou uma descoberta. Mudou um pouco o nosso cronograma de exibições, 'impediu' que criássemos ainda mais familiaridade com o terceiro ano, mas abriu mais uma belíssima porta. Podia desencorajar, podia fazer parecer que isso é uma reclamação, mas o que seria do percurso sem essas nuances? E é por isso que esse texto não é escrito em tom de resmungo, mas sim em tom de alegria e gratidão. Também no caso de um cineclube realizado num colégio, ocupar é resistir.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sobre como a gente aprendeu a se ouvir e a contar com o imprevisível


No início, era bem difícil pra nós escolhermos o tema das exibições. Começamos vendo milhões de longas-metragens sem saber se deveríamos escolher pelo filme ou pela temática. Quase um: quem nasceu primeiro? Ovo? Galinha?

A gente começou pelo o que conhecíamos. Pelos filmes do Coque Vive e pela nossa formação quase que geral em Jornalismo. Em 2012, a diretora da Joaquim Nabuco nos falou da proposta do colégio de, mensalmente, realizar quintas culturais temáticas. Achamos que poderia ser uma boa oportunidade de nos integrarmos mais com o colégio e nos poupava um trabalho: escolher a temática. Foi por isso que, em março, nossa exibição foi sobre Poesia.

Só que, nesse caminho, as nossas necessidades foram aparecendo, se mostrando sem nem precisar que nos esforçássemos pra pensar em temática. Gritando. A gente precisava levar as discussões que estavam inundando - infelizmente só - setores específicos de Recife pra dentro do Coque. Falar dessa cidade que sufoca, que espreme, que quer que todo mundo corra, corra, corra - em seus carros - pelas vias e pelos viadutos. Recife que quer fazer com que a gente acredite que o único tipo de prazer possível é estar dentro de shoppings comprando, consumindo.

Mas essa cidade somos nós também, né? E nossa mais nova exibição queria falar do outro, da gente, de como a gente vê, de como a gente não sabe lidar com o diferente - ou de como a gente até sabe e nem se dá conta. E a gente quis falar de muitos outros: dos anônimos das ruas que a gente cruza, esbarra, nem percebe. Dos índios, dos homossexuais, dos negros. A gente queria falar era de tudo, de como você e eu somos diferentes e de como a gente lida com essa alteridade. De como a gente se aproxima dos iguais, se fecha em nichos e que esse é o caminho mais fácil mesmo - a tal zona de conforto - e de como a gente pode deixar de conhecer tanta coisa, tanta gente, tantos mundos por causa disso.

Nesse caminho de querer ver o outro, apareceram outros, muitos outros que foram expulsos de suas casas numa madrugada pra que passasse uma avenida por lá. Outros que estavam jogados por Recife sem casa, sem seus pertences e sem expectativas pra um futuro mais próximo que fosse. Foi a cidade gritando de novo. Chorando. Crianças contando que os policiais chegaram: "bora, tira as coisas!". A gente foi ouvir essas histórias e na hora de finalizar a organização da exibição, alguém lembrou o que às vezes tá tão na nossa cara que a gente não vê. A gente deixou "Quem você vê" pra depois e fomos falar dessas “Barreiras Invisíveis” que estão tão, tão, tão visíveis.

Só que o imprevisível fez com que a gente precisasse falar do Coque. De novo. Dos filmes do Coque Vive pra um público um pouco diferente que depois a gente conta. Um público que ouviu sobre o Coque e que falou, falou muito.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Coque - Quem você vê? - Joaquim Nabuco

Na Quinta Cultural da EREM Joaquim Nabuco (Escola pública estadual da comunidade do Coque) desse mês de maio (31/05), o Cine Coque exibe a mostra de filmes: "Quem você vê?"

A ideia é debater com os alunos sobre alteridade: como nos relacionamos com o que é diferente de nós? Será que prestamos atenção no outro? Será que somos preconceituosos?

Para levantar esse tipo de questões, iremos exibir os curtas:



"Atravessados" (http://vimeo.com/32900103): 

O filme parte de uma atividade cotidiana simples como andar na rua e pergunta aos transeuntes: "Quem são os outros, pra você, nas ruas?". As respostas  comuns ("Quando eu estou caminhando eu desligo, num vejo nada", "A rua não tem rosto, o outro não tem rosto") fazem-nos refletir sobre o fato de não vermos ninguém justamente quando estamos no meio da multidão, quando o outro se torna só aquele em quem nós "esbarramos". 

Produção, reportagem e edição: Alana Lima, Camila Almeida, Denny Costa e Felipe Resk
Duração: 2min 56
Recife, 2011



O filme conta a história de um adolescente deficiente visual que se apaixona por um colega de turma. Trata sobre a homossexualidade de forma sutil e sensível.

Diretor: Daniel Ribeiro
Elenco: Fabio Audi, Ghilherme Lobo, Tess Amorim
Duração: 17 min     Ano: 2010

"Hiato" (http://www.portacurtas.org.br/beta/filme/?name=hiato)

O vídeo retrata, 7 anos depois de ocorrido, uma ocupação do movimento sem teto em um shopping center do Rio de Janeiro. A simples presença dessas pessoas nesse espaço, que a princípio não seria vetado a ninguém, causa incômodo, tanto por parte dos vendedores, que ficam atemorizados, quanto dos frequentadores, que ficam com "nojo", como uma das mulheres do movimento sem teto fala com revolta. O filme é ideal para discutir essas "barreiras invisíveis" que geram abismos em nossa sociedade. Afinal de contas, não é proibido aos pobres frequentarem os shoppings, mas esse lugar é feito para eles? É fazendo os "gran finos" terem que conviver com uma praça de alimentação cheia de pessoas negras comendo sanduíche com mortadela que a manifestação esfrega a realidade na cara de quem não quer vê-la. 

Diretor: Vladimir Seixas
Duração: 20 min    
Rio de Janeiro, 2008

"Das crianças Ikpeng para o mundo"

 Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo à vídeo-carta das crianças da Sierra Maestra em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que respondam à sua vídeo-carta.
O vídeo é uma produção de cineastas indígenas formados em oficinas promovidas pelo "Vídeo nas Aldeias" (http://www.videonasaldeias.org.br/2009/index.php).

Diretor: KARANÉ IKPENG, NATUYU YUWIPO TXICÃO , KUMARÉ IKPENG
Edição: MARI CORRÊA
Produção: VÍDEO NAS ALDEIAS
Duração: 35 min.
Mato Grosso,  2001

A EREM Joaquim Nabuco fica na Av. Imperial, 1102. (Próximo à Estação Joana Bezerra)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cac - Vigias, Marcelo Lordello

O Cinecoque exibe no próximo dia 1 de junho o documentário "Vigias" (2010) e em seguida realiza debate com o diretor do filme, Marcelo Lordello. Em seu primeiro longa-metragem, Marcelo lança um olhar sobre o trabalho e a vida dos encarregados de manter a segurança nos prédios de classe média da cidade do Recife. A exibição acontece no auditório da Pós-Graduação em Comunicação da UFPE, situadO no Centro de Artes e Comunicação (UFPE) e terá início às 16 horas. 





Sobre o diretor:
http://canalbrasil.globo.com/programas/olhar/videos/1842470.html

Sobre "Vigias":
http://www.revistacinetica.com.br/vigias.htm

Sobre o Cinecoque:

O Cinecoque é um cineclube formado por estudantes da Universidade e moradores do Coque ligado ao Projeto Coque Vive, que desde 2006 tem buscado problematizar as representações construídas sobre o Coque a partir de um paradigma diferente de comunicação. Dessa forma, tem realizado exibições mensais em escolas públicas do bairro, alternando essas atividades a exibições no Centro de Artes e Comunicação da UFPE. Esta é mais uma edição que acontece em parceria com a disciplina "Documentário Brasileiro e Imagens do Povo", eletiva do curso de jornalismo, que tem como objetivo percorrer a trajetória do documentário brasileiro desde o período moderno (década de 60) até os dias atuais, observando as principais formas de retratar as figuras e coletividades populares.




segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pela continuação do mundo (com o cinema)


Aconteceu nos États générauz du documentaire, de Lussas, há quinze anos. Praticantes do cinema documentário, nós nos reuníamos para refletir (efetivamente) sobre nossa prática. Propus uma fórmula que resumia nossa experiência: as maneiras de fazer são formas de pensamento. Essa afirmação podia valer para todas as práticas, especialmente para as artísticas: prática e teoria estão estreitamente ligadas no gesto do artista, saiba ele ou não, a primeira esconda a segunda ou não. Mas no caso do cinema, essa ligação teoria/prática me parece ainda mais essencial, na medida em que, de alguma forma, opera diante de nossos olhos.
Fato único na história das artes e das culturas: somos, por apenas algumas gerações, quase contemporâneos do cinema. Isso quer dizer que estamos engajados na transmissão direta de sua história, partes integrantes de seu nascimento e de seu crescimento em potência, cúmplices também de sua perda de influência, agentes do triunfo paralelo da televisão. O devir-cinema do mundo não se fez sem nós. Isso quer dizer que o lugar do espectador, leitmotiv desses textos, é um lugar estratégico, ligado às relações de força em jogo nas sociedades capitalistas, um lugar político.
Mas o que aconteceu nesses quinze anos – e não é à toa que o encontro de Lussas se realiza – é que nos tornamos ainda mais espectadores: o espetáculo está em todos os lugares, desde as telas grandes e pequenas até as mise-en-scenes sociais e midiáticas. Melhor (ou pior): somos cada vez mais frequentemente levados a ser nós mesmos agenciadores ou propagadores de imagens e sons (cãmeras mini-DV, telefones celulares, câmeras de vigilância, webcam, youtube etc.). Eis que nos tornamos Mabuse sujeitos de outros Mabuse. Corpos e espíritos permanentemente mobilizados pelas imagens, permanentemente expostos à nova mania geral das filmagens – sintoma, mais que remédio, de uma angústia contagiosa. A generalização do espetáculo não faz de nós apenas espectadores, mas atores, personagens, realizadores, autores, mutantes. Responsabilidades múltiplas. Necessidade, se não quisermos ser suas vítimas consentidas, de pensar o que está em jogo nessas torrentes de imagens e de sons que recobrem o mundo como uma nuvem de fantasmas.
Dos Inuits aos Kanaks, passando pela China, Coréia, Amazônia ou Mali, não há qualquer povo, nação ou cultura que não tenha se entregado ao documentário. A generalização dessas experiências certamente atesta o desenvolvimento do espetáculo. Mas ela é também, mais do que tudo, sinal de que oposições sublevam-se em toda parte contra a estandardização e a uniformização que as formas dominantes do espetáculo impõem.
Nossa época é a das mídias de massa, propriedades de grandes grupos audiovisuais, a serviço unicamente das lógicas de mercado. É justo e bom opor-lhes outras maneiras de fazer, de filmar, de olhar, de escutar. Mudar de lógica é mudar de prática. Os espectadores são, antes de tudo, cidadãos, homens e mulheres responsáveis, que não podem ser tratados como eternas crianças. Não estamos aqui apenas para aplaudir e consumir o concerto mundial das midias: queremos compreender o que as imagens e os sons fazem de nós, individualmente e coletivamente. As questões de forma, técnica, estilo são questões de sentido. Há uma implicação política – direta ou indireta – na escolha dos meios e das modalidades de expressão.
Desde as guerras dos certificados de propriedade, no limiar do século XX, sabemos que a história do cinema é um campo de batalha. Com a televisão, essa batalha se tornou global. Uma luta feroz opõe duas concepções de espectador – ou seja, duas concepções sobre o devir da humanidade, se o espetáculo for efetivamente aquilo que define cada vez mais o comum social. A primeira dessas concepções quer a alienação e a submissão do espectador, pela dependência do divertimento, pela fragilização das consciências e pelo controle das subjetividades; a outra postula a promessa de maior liberdade e maior responsabilidade dos sujeitos-espectadores, pela intensificação das experiências subjetivas (o encontro artístico como crise) e pelo desenvolvimento de uma consciência crítica (sobre as condições, por exemplo, de fabricação e distribuição dos espetáculos).

(...)

Trecho inicial do prefácio à edição brasileira do livro "Ver e poder", de Jean-Louis Comolli.

domingo, 20 de maio de 2012

Coque - "Quem você vê?" - Monsenhor


Segunda-feira, dia 28/05 a mostra "Quem você vê" chega à  Escola Manuel Monsenhor Leonardo de Barros Barreto (Escola pública estadual da comunidade do Coque). 

A ideia é debater com os alunos sobre alteridade: como nos relacionamos com o que é diferente de nós? Será que prestamos atenção no outro? Será que somos preconceituosos?

Para levantar esse tipo de questões, iremos exibir os curtas:



"Atravessados" (http://vimeo.com/32900103): 

O filme parte de uma atividade cotidiana simples como andar na rua e pergunta aos transeuntes: "Quem são os outros, pra você, nas ruas?". As respostas  comuns ("Quando eu estou caminhando eu desligo, num vejo nada", "A rua não tem rosto, o outro não tem rosto") fazem-nos refletir sobre o fato de não vermos ninguém justamente quando estamos no meio da multidão, quando o outro se torna só aquele em quem nós "esbarramos". 

Produção, reportagem e edição: Alana Lima, Camila Almeida, Denny Costa e Felipe Resk
Duração: 2min 56
Recife, 2011



O filme conta a história de um adolescente deficiente visual que se apaixona por um colega de turma. Trata sobre a homossexualidade de forma sutil e sensível.

Diretor: Daniel Ribeiro
Elenco: Fabio Audi, Ghilherme Lobo, Tess Amorim
Duração: 17 min     Ano: 2010

"Hiato" (http://www.portacurtas.org.br/beta/filme/?name=hiato)

O vídeo retrata, 7 anos depois de ocorrido, uma ocupação do movimento sem teto em um shopping center do Rio de Janeiro. A simples presença dessas pessoas nesse espaço, que a princípio não seria vetado a ninguém, causa incômodo, tanto por parte dos vendedores, que ficam atemorizados, quanto dos frequentadores, que ficam com "nojo", como uma das mulheres do movimento sem teto fala com revolta. O filme é ideal para discutir essas "barreiras invisíveis" que geram abismos em nossa sociedade. Afinal de contas, não é proibido aos pobres frequentarem os shoppings, mas esse lugar é feito para eles? É fazendo os "gran finos" terem que conviver com uma praça de alimentação cheia de pessoas negras comendo sanduíche com mortadela que a manifestação esfrega a realidade na cara de quem não quer vê-la. 

Diretor: Vladimir Seixas
Duração: 20 min    
Rio de Janeiro, 2008

"Das crianças Ikpeng para o mundo"

 Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo à vídeo-carta das crianças da Sierra Maestra em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que respondam à sua vídeo-carta.
O vídeo é uma produção de cineastas indígenas formados em oficinas promovidas pelo "Vídeo nas Aldeias" (http://www.videonasaldeias.org.br/2009/index.php).

Diretor: KARANÉ IKPENG, NATUYU YUWIPO TXICÃO , KUMARÉ IKPENG
Edição: MARI CORRÊA
Produção: VÍDEO NAS ALDEIAS
Duração: 35 min.
Mato Grosso,  2001

A  Escola Monsenhor Manuel Leonardo de Barros Barreto fica na Rua Arariba. (Próximo à Estação Joana Bezerra)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Coque - O Coque e a cidade na Monsenhor


A mostra "O Coque e a cidade" chega segunda-feira (21/05) à  Escola Monsenhor Manuel Leonardo de Barros Barreto. A mostra de vídeos pretende levar para as escolas públicas do Coque a discussão tão premente sobre o espaço das periferias num contexto de tanta especulação imobiliária. Para isso, serão exibidos alguns vídeos de coletivos da cidade, como "Vurto" e o "Projeto Torres Gêmeas", e dois vídeos do Coque Vive: ".Zip" e "A linha, a maré e a terra".


[projetotorresgemeas]http://vimeo.com/31387595

O [projetotorresgemeas] nasce da vontade de algumas pessoas ligadas ao meio audiovisual pernambucano de falar do Recife e de suas relações de poder a partir do projeto urbano que vem sendo desenvolvido na cidade. A ideia consistiu da realização de um filme coletivo, feito a partir de vários olhares sobre a cidade, aberto a qualquer pessoa que desejasse participar, independentemente de experiências prévias com o audiovisual ou outros meios artísticos.

Site do projeto: projetotorresgemeas.wordpress.com


Vídeo do coletivo Vurto feito apenas de imagens, mostrando o aterro do mangue para construção da "Via Mangue".


O vídeo do coletivo Vurto mostra uma entrevista com um engenheiro civil da construtora Moura Dubeux falando sobre o valor econômico de regiões consideradas estratégicas pelas imobiliárias, como é o caso de Brasília Teimosa.


O vídeo de animação feito através de parceria do Coque Vive com a Oi Kabum, trata da especulação imobiliária de forma lúdica, mostra o Coque sendo sufocado pelos edifícios e a resistência das crianças, que continuam a empinar suas pipas. 

"A linha, a maré e a terra": http://www.youtube.com/watch?v=JiewEr9og8o

O documentário produzido pelo Coque Vive conta as memórias de Dona Paulina, Seu Xavier e Dona Francisca (respectivamente, avó, pai e mãe de Monick, Sandokan e Berg, na época, alunos do curso), que vivem há mais de 40 anos no Coque. Os três falam de suas vidas na comunidade, sua infância, suas diversões e da história da remoção forçada de muitos moradores do Coque por parte dos poderes públicos para construção da Estação de Metrô Joana Bezerra e do Fórum Rodolfo Aureliano, nas décadas de 80 e 90.


A  Escola Monsenhor Manuel Leonardo de Barros Barreto fica na Rua Arariba. (Próximo à Estação Joana Bezerra)



terça-feira, 15 de maio de 2012

Mostra Curta Poesia na Monsenhor

Ontem exibimos na Escola Monsenhor Leonardo Barreto a mostra que preparamos sobre poesia. Dois filmes bem diferentes, na época em que foram feitos, na estrutura narrativa e nos poetas que representam: “O poeta do castelo” (1959), de enquadramentos precisos e música clássica e “Miró – preto, pobre, poeta e periférico” (2008), de estrutura irregular e poesia pulsante. 

Em de vez debate, fizemos uma dinâmica de grupos. Esses deveriam responder qual a diferença entre o poeta do primeiro filme e o poeta do segundo e se uma poesia ainda é poesia quando deixa de lado a temática do amor e vai falar, por exemplo, da violência. Depois, cada grupo se somava a outro e, juntos, deveriam escolher a 'melhor' resposta para cada pergunta. Por último, esses grupos elegeriam um representante para revelar a turma toda as respostas escolhidas. E foi ao longo desses meandros todos que o debate se deu. Transcrevo aqui as respostas – as que a debandada geral depois do sino me permitiu recolher - de alguns grupos da turma de terceiro ano da Monsenhor:

- São realidades distintas, com finalidade de retratar suas realidades, Manoel trata do desespero de sua chaga, Miró relata sua sociedade, seu modo de vida, injustiças, medos, frustrações. Poesia não trata somente de amor, paixão, mas também serve para expressar pensamentos, realidades, enfim, o que se vê, o que se pensa, o que se diz.

- O modo de se expressar do primeiro é diferente do segundo pois o primeiro fala sobre o amor e o segundo sobre a dificuldade da sociedade. (…) Não, pois a poesia podemos expressar de várias maneiras tanto como amor (ou) morte etc...

- O mundo não é só de amor, mas é o amor que move o mundo.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Coque - Poesias na Monsenhor

Depois de exibida na EREM Joaquim Nabuco, a mostra de curtas "Poesia" chega também a outro colégio público do Coque, a Escola Monsenhor Manuel Leonardo de Barros Barreto.

A mostra pretende discutir, junto aos alunos, o quão próximo a poesia pode estar de cada um de nós. Buscando desmistificar a associação mais óbvia, de correlacionar produção poética aos consagrados nomes da literatura, traremos, por um lado,  um curta sobre Manuel Bandeira e por outro, mais dois vídeos retratando um poeta marginal, Miró e  um cordelista, Divino..


Versos de Manuel Bandeira, lidos pelo próprio poeta, acompanham e transfiguram os gestos banais da rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio. A modéstia de seu lar, a solidão, o encontro provocado por um telefonema, o passeio matinal pelas ruas do bairro.

Gênero: Documentário
Diretor: Joaquim Pedro de Andrade
Elenco: Manuel Bandeira
Ano: 1959
Duração: 11min 18

"Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico" (http://www.nacaocultural.pe.gov.br/documentario-miro-preto-pobre-poeta-e-periferico)

Desde 1985, João Flávio Cordeiro (Miró) publica seus poemas de forma alternativa e os recita em praças, bares, eventos culturais, escolas e universidades de todo o Brasil. Através de intervenções poéticas com o próprio autor, em diversos pontos do Recife (desde o centro histórico até as mais novas favelas onde foram captadas as imagens do cotidiano relacionadas com seus poemas), o filme mostra depoimentos de artistas plásticos, escritores, pesquisadores, entre outros, e o forte conteúdo social da obra do poeta Miró: uma forma de documentar o hoje da cidade, sua geografia e suas pessoas, o modo de viver e o modelo de vida.

Gênero: Documentário
Diretor: Wilson Freire
Recife, 2008.
Duração: 17min 42


"O Divino, de repente" (http://www.portacurtas.org.br/beta/filme/?name=o_divino_de_repente)

Ubiraci Crispim de Freitas, personagem real conhecido por Divino, canta repentes e conta sua vida neste documentário animado com ficção experimental. Além do live-action, várias técnicas artesanais de animação compõem o filme: flipbook, desenho animado, rotoscopia, pixilation e stop motion. 

Gênero: Animação, Documentário, Experimental 
Diretor: Fábio Yamaji
Elenco: Ubiraci Crispim De Freitas - "Divino"
Duração: 6 min  
São Paulo, 2009

 Escola Monsenhor Manuel Leonardo de Barros Barreto fica na Rua Arariba. (Próximo à Estação Joana Bezerra)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cac - Corumbiara, Vincent Carelli

O Cinecoque exibe nesta sexta-feira (04.05) o documentário "Corumbiara" (2009) com presença especial do diretor Vincent Carelli. O documentário, uma produção do Projeto Vídeo nas Aldeias que desde 1986 realiza um trabalho de valorização da cultura indígena através do audiovisual, investiga o massacre sofrido pelos índios na Gleba Corumbiara, no sul de Rondônia. A sessão acontece no auditório da Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), segundo andar do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, e tem início às 16 horas. 




Sobre Vincent Carelli: 

Sobre o Projeto Vídeo nas Aldeias:

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Coque - O coque e a cidade na Joaquim Nabuco

A mostra "O Coque e a cidade" chega hoje à EREM Joaquim Nabuco. A mostra de vídeos pretende levar para as escolas públicas do Coque a discussão tão premente sobre o espaço das periferias num contexto de tanta especulação imobiliária. Para isso, serão exibidos alguns vídeos de coletivos da cidade, como "Vurto" e o "Projeto Torres Gêmeas", e dois vídeos do Coque Vive: ".Zip" e "A linha, a maré e a terra".

"Projeto Torres Gêmeas": http://vimeo.com/31387595

O [projetotorresgemeas] nasce da vontade de algumas pessoas ligadas ao meio audiovisual pernambucano de falar do Recife e de suas relações de poder a partir do projeto urbano que vem sendo desenvolvido na cidade. A ideia consistiu da realização de um filme coletivo, feito a partir de vários olhares sobre a cidade, aberto a qualquer pessoa que desejasse participar, independentemente de experiências prévias com o audiovisual ou outros meios artísticos.

Site do projeto: projetotorresgemeas.wordpress.com


Vídeo do coletivo Vurto feito apenas de imagens, mostrando o aterro do mangue para construção da "Via Mangue".


O vídeo do coletivo Vurto mostra uma entrevista com um engenheiro civil da construtora Moura Dubeux falando sobre o valor econômico de regiões consideradas estratégicas pelas imobiliárias, como é o caso de Brasília Teimosa.


O vídeo de animação feito através de parceria do Coque Vive com a Oi Kabum, trata da especulação imobiliária de forma lúdica, mostra o Coque sendo sufocado pelos edifícios e a resistência das crianças, que continuam a empinar suas pipas. 

"A linha, a maré e a terra": http://www.youtube.com/watch?v=JiewEr9og8o

O documentário produzido pelo Coque Vive conta as memórias de Dona Paulina, Seu Xavier e Dona Francisca (respectivamente, avó, pai e mãe de Monick, Sandokan e Berg, na época, alunos do curso), que vivem há mais de 40 anos no Coque. Os três falam de suas vidas na comunidade, sua infância, suas diversões e da história da remoção forçada de muitos moradores do Coque por parte dos poderes públicos para construção da Estação de Metrô Joana Bezerra e do Fórum Rodolfo Aureliano, nas décadas de 80 e 90.

A Escola de Referência em Ensino Médio Joaquim Nabuco fica na Av. Imperial, 1102. (Próximo à Estação Joana Bezerra)